O CHEF MÁRIO regista quase meio milhão de visualizações... Obrigado e bom apetite!...

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Salada de Tomate and friends


Hoje, criei mais um prato. Salada de Tomate and Friends foi o nome escolhido.

O tomate é ribatejano e surge na Toca da Lebre muito bem acompanhado pelos seus amigos -  azeitonas, mix de frutos secos, sal de ervas, azeite virgem da Oliveira quase avó, vinagre de figo, chuva de orgãos e cebola em pó. 

Para acompanhar? Umas ovas de bacalhau em chapa quente.

- Não terá havido una troca entre o prato principal e o acompanhamento?

- Nop! Hoje, estou com a Bike L&L, em formato holandês. Por lá, escolhem-se os legumes e só depois surge a carne ou o peixe para compor o ramalhete!!!

Servidos???

By Chef Mário 

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Expressões da gastronomia


Não é à toa que os estrangeiros acham a nossa língua muito difícil.

O vocabulário gastronómico está presente nas nossas metáforas do dia-a-dia..

Pergunta:
– Alguém sabe explicar, num português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão “no frigir dos ovos”?

Resposta:

– Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar.
Só que depois de um certo tempo dá crepe, vai perceber que comeu gato por lebre e acaba ficando com a batata quente nas mãos. 

Como rapadura é doce mas não é mole, nem sempre vai ter ideias e para descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa

E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo à fava. Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.

Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça de mais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. 

Afinal não se faz uma boa omelete sem ovos. Há quem pense que escrever é como

...

vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.
Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo na mão, perdem-se em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese… etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou. O importante é não cuspir no prato em que se comeu, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente. Por outro lado, se tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco…A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho.
Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa à sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega à cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda.
Entendeu o que significa “no frigir dos ovos” ?”

(desconheço autoria)

domingo, 17 de setembro de 2023

Pão Rural dos Almocreves

Nas últimas semanas, tenho intensificado os "testes" para aprimorar o meu Pão Rural.

Hoje, saiu bem bom, mas vai melhorar.

Ingredientes:

1 kg de farinha de trigo Tipo 65;

10 gramas de fermento de padeiro. Compro na Padaria;

1 colher de sopa de sal grosso;

800 ml de água morna;

1 colher de sopa de azeite.

Coloque todos os ingredientes num recipiente (Alguidar). Antes de colocar o sal, deve dissolvê-lo.

A massa deve ficar homogénea, por isso, amasse bem.

Cubra a massa para que ela possa levedar e tape com um ou mais panos. A massa deverá duplicar o seu tamanho. Três horas serão suficientes.

Coza no forno a lenha ou elétrico que devera ser pré-aquecido a 200.º durante, mais ou menos, 50 minutos.

Poderá ter de virar o pão. Dependerá do tamanho.

Avec du beurre, c'est bom!!!

Chef Mário 

sábado, 16 de setembro de 2023

Rolos de anchovas em vinagre de figo e coentros

A receita é simples e super agradável. Esta entrada surpreenderá certamente todos os amantes da boa "faca e garfo".

1 ou 2 latas de rolos (ou filetes) de anchovas enlatadas (enchovas, também serve);

Sal, se necessário;

Azeite, se necessário;

Pimenta 3 bagos;

Coentros picadinhos.

As anchovas em lata (rolos) já estão salgadas e o azeite costuma ser bom. As filetes vêm sempre mais salgadas, apuram mais. Neste caso, passo por água e uso azeite aromatizado de alho e louro by Toca da Lebre.

Coloco o vinagre de figo com requinte e de forma generosa. Há sabor quase agridoce.

Nota: o vinagre é by chefemario.blogspot.com. Os coentros surgem da horta do 370, in Almocreves. 

Bom apetite!!!

By Chef Mário 

domingo, 27 de agosto de 2023

Chá de Cavalinha

Em modo quentinho ou icebergue, o chá de Cavalinha é milagroso.

A cavalinha é uma planta medicinal muito utilizada como remédio caseiro para combater a retenção de líquidos, ajudar no emagrecimento e fortalecer os ossos. 

O chá de cavalinha tem ação anti-inflamatória e diurética, sendo também muito usado no tratamento de pedra nos rins e infecções urinárias

By Chef Mário 

História da soja

A soja que hoje cultivamos é muito diferente dos seus ancestrais, que eram plantas rasteiras que se desenvolviam na costa leste da Ásia, principalmente ao longo do rio Yangtse, na China.

A sua evolução começou com o aparecimento  de plantas oriundas de cruzamentos naturais entre duas espécies de soja selvagem que foram domesticadas e melhoradas por cientistas da antiga China.
 
As primeiras citações do grão aparecem no período entre 2883 e 2838 AC, quando a soja era considerada um grão sagrado, ao lado do arroz, do trigo, da cevada e do milheto. 

Um dos primeiros registros do grão está no livro "Pen Ts'ao Kong Mu", que descrevia as plantas da China ao Imperador Sheng-Nung. 

Para alguns autores, as referências à soja são ainda mais antigas, remetendo ao "Livro de Odes", publicado em chinês arcaico.
 
Até aproximadamente 1894, término da guerra entre a China e o Japão, a produção de soja ficou restrita à China. 

Apesar de ser conhecida e consumida pela civilização oriental por milhares de anos, só foi  introduzida na Europa no final do século XV, como curiosidade, nos jardins botânicos da Inglaterra, França e Alemanha.
 
Na segunda década do século XX, o teor de óleo e proteína do grão começa a despertar o interesse das indústrias mundiais. 

No entanto, as tentativas de introdução comercial do cultivo do grão na Rússia, Inglaterra e Alemanha fracassaram, provavelmente, devido às condições climáticas desfavoráveis.

By Embrata Brasil

Lombinhos de salmão mergulhado no rio Soja

A receita é simples e muito agradável para ser servida, por exemplo, como entrada.

Corte os lombinhos em "cubos", tempere com molho de soja e trigo (eu uso Kikkpman), pimenta três bagas coloridas e flor de sal (de Rio Maior).

É maravilhoso, além dos benefícios Ómega 3 para a saúde. 

By Chef Mário 

terça-feira, 15 de agosto de 2023

O vinho tinto faz mesmo melhor do que o branco?


Para as nutricionistas é claro como água, a sua bebida de eleição, o vinho, não é saudável. Tem álcool, logo, não é saudável. E por isso não vamos pôr a questão nestes termos.

Mas, à mesa, certamente que já ouviu esta. Branco ou tinto? “Branco não, bebo tinto que me faz melhor”. E não estamos a falar dos efeitos do álcool. É mesmo dos efeitos na saúde. Será mesmo assim? Chamámos duas nutricionistas e uma enóloga para explicar. Girl power, vamos lá!

O que os distingue?

Afinal, qual a diferença do vinho tinto para vinho branco? Não, não é só o tipo de uvas. A diferença está no facto de, no vinho tinto, se usar a pele, as grainhas ou sementes e os caules das uvas. No branco, é utilizada apenas o sumo ou polpa das uvas, também conhecidos como mosto.

No vinho branco, as uvas são prensadas. As peles, as grainhas e os caules são retirados antes da fermentação. Já o vinho tinto fermenta com tudo, com as chamadas massas. E é à custa dessa mistura que o vinho tinto ganha cor.

É um resumo das explicações dadas pela nutricionista Paula Beirão Valente da Clínica Espregueira Porto, pela nutricionista Mariana Cortes da Clínica Agita Kalorias e pela enóloga Marta Maia, a trabalhar na Santa Vitória, empresa do grupo Vila Galé que se dedica à produção de vinho.

TVI Notícia / Wilson Ledo

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Milagre: alho debaixo do travesseiro tem benefícios surpreendentes



Temos dificuldade para pensar numa refeição que não fique melhor com um dente de alho ou dois. É uma ótima maneira de adicionar algum sabor extra para um prato e é utilizado em todo o mundo.

Sabia que o alho é ótimo não apenas para ser usado na cozinha, mas também no quarto?

O alho, geralmente, não é útil quando se trata de ações no quarto, mas isso não é o tipo de ação que estamos aqui destacamos.


Efeito calmante

Vai dormir muito mais profundamente e calmamente com um dente de alho sob seu travesseiro! Percebemos que isso soa um pouco estranho, mas as substâncias sulfurosas combinadas com o aroma do alho têm um efeito calmante em você. 

O cheiro do alho vai chegar um pouco através do travesseiro, o que ajuda você a adormecer mais facilmente. Além disso, ele vai também melhorar a qualidade do seu sono. Em outras palavras: você dorme mais rápido e mais profundo. 

O que mais quer? Coloque um ou dois dentes (incluindo cascas) sob seu travesseiro e você vai notar o efeito. Vai dormir como um bebé! E não se preocupe; o seu quarto não ficará com cheiro de alho quando acordar na manhã seguinte e nem você. Será que vale a pena tentar?

Estômago

O alho é ótimo para outras coisas também. Está com problemas no estômago, como ácido estomacal? Beba um copo de água com um pouco de alho fresco adicionado a ele. Tem um gosto ruim, mas ajuda!

In Conselhos e Truques




Bife de Atum à Cristiano Ronaldo

Chamo-lhe "Bife de Atum à Cristiano Ronaldo". Trata-se de uma homenagem do Chef Mário a um dos nossos heróis nacionais.

Na verdade, aprendi a confessionar este prato depois de o ter provado na Madeira.

Ingredientes:

4 bifes de atum;
Batatas Qb;
Feijão verde Qb;
1 cebola;
Alhos;
Salsa;
Sal;
Louro;
1 malagueta;
Azeite de órgãos;
Vinagre de soja;

Confeção:

Tempere os bifes de atum com sal. Lave as batatas e o feijão verde e coza com sal e um pouco de pimenta preta. Retire a pele (ou não) das batatas depois da cozedura.

Num sauté (frigideira), aqueça o azeite, disponha os bifes de atum e deixe-os corar de ambos os lados. Reserve.

Pique a cebola, os dentes de alho e a malagueta em rodelas. Retire a semente, se pretender que fique menos picante.

Junte o preparado num tacho e salteie tudo muito bem com a salsa. 

Regue os bifes de atum com um pouco de azeite de órgãos, a salsa e o de vinagre de soja.

Acompanhe com as batatas e o feijão verde cozidos.

É abismal, quase como as escarpas da Ilha da Madeira!!!

Refeições de CR7:

CRISTIANO RONALDO .. "De manhã, não falta queijo nem iogurte desnatado no pequeno almoço do avançado do Al Nassr.

Ao almoço, o jogador, de 38 anos, privilegia as carnes brancas e o frango costuma ser a sua principal fonte de proteína, rico em vitaminas B3 e B6 e ainda em minerais como o ferro. Outro alimento que costuma fazer parte da refeição é o atum, rico em fósforo, magnésio, ferro, iodo e nas vitaminas A, D, B6 e B12 e muito apreciado na ilha da Madeira, de onde o internacional português é natural...

In Jornal de Notícias, 11/07/2023.

Chef Mário 

Eu Leio, e Você?


Eu leio a Revista LIVROS & LEITURAS, e você???

By chef Odete Elias, restaurante Mestre de Avis, Salvaterra de Magos, Ribatejo, 🇵🇹. 

sábado, 12 de agosto de 2023

Jindungo dos Almocreves

Adoro picante. Ao longo dos últimos anos, tenho aprimorado a minha receita de JINDUNGO DOS ALMOCREVES. 

Uso malaguetas produzidas por mim. Coloco as sementes das malaguetas pequenas - as mais picantes - num vaso com terra e cobro com um plástico para fazer efeito de estufa. Logo que comece a ter uns pezinhos, transfiro para a HORTA DA GIGI (Uma homenagem à minha neta Giovanna) e à minha filha JOANA que ajudaram a construir o primeiro espaço onde ficava a horta. Os ALMOCREVES terão brevemente uma horta maior.

Receita:

Num frasco, coloco as malaguetas partidas para que a semente se juntem ao óleo de girassol.

Adiciono três dentes e alho, louro, umas bagas de pimenta preta e um pouco de bagaço. Enquanto o óleo (nunca o azeite porque rança) puxa pelo picante das sementes de malagueta, o bagaço acelera todo o processo.

Espero cerca de três meses, agitando o concentrado três vezes por semana. É pólvora!!!... 

Habitualmente, faço uma quantidade generosa de JINDUNGO DOS ALMOCREVES. É que muitos dos meus amigos acabam por provar e pedir este autêntico "Viagra" ruralóide.

Chef Mário  (chefemario.blogspot.com)

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Postal da Guatemala: Pedro Simões esteve com os Miriachis, Marcel Proust e Otto René Castilho

Guatemala – Bem-vindos ao país da eterna primavera!

Assim poderíamos começar qualquer texto de descreva aquele maravilhoso país da América Central que também tem como símbolo nacional a célebre ave Quetzal…

Mas vamos lá! Guatemala, minha querida Guatemala, que tantos países visitei antes de chegar ao centro do Mundo Maia… Desde perdas de voos em Madrid, paragens por Nova Iorque, passagem por Panamá, à tão desejada terra dos Chapíns (ou Gachupin, que se usava para se referir aos antigos habitantes de Santiago de Guatemala, antiga capital do território colonial espanhol – quem sabe porque ao caminhar o respetivo ruído remetia para “chap, chap, chap” e levou a tal? 😊), já não contando com regressos por Cancún, até Madrid, e de carro até à capital dos Lusos…. 

Não avançamos pelo conceito de uma narrativa épica que pretenda descrever os acontecimentos extraordinários, nem estamos aqui a relatar qualquer feito vivido por Ulisses depois da sua vitória em Tróia, mas que se caraterizou por uma longa viagem caraterizada por aventuras extraordinárias, eventos imprevistos e feitos singulares isso sim pode-se humildemente afirmar… 

Porém, como diz o nosso Poeta Fernando Pessoa, tudo vale a pena quando a Alma não é pequena…

E já agora, tudo vale por uma viagem destas… Quem não se recorda do também escritor francês, mais conhecido pela sua obra À la recherche du temps perdu (Em Busca do Tempo Perdido), ou seja, o distinto Marcel Proust, quando afirmou que “a verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens e sim em ter novos olhos” … foi precisamente essa forma de ver o mundo, esse olhar que me levou a passar por novas experiências e sentidos inéditos, só aí possíveis de encontrar!

Viajar, de fato, tem muitos benefícios, especialmente para a saúde e para o nosso bem-estar subjetivo, e nada melhor que chegar ao aeroporto, e logo no momento da saída, sem que aquele país necessitasse de qualquer visto de entrada, demonstrativo da sua boa receção, inúmeros vendedores de rosas e produtos artesanais, assim como a música como forma de gratificar a chegada foram uma constante, mesmo que o género musical adotado tenha sido o do vizinho México, com os Mariachis a demonstrar os seus dois estilos distintos de canções, dos quais os boleros predominaram… 

Mas aí chegados lá estava o Nestor, o eterno amigo motorista, a Dra. Andrea e a sua princesa Monste, também eles caraterizando as boas-vindas ao seu país, evidente até nas oferendas dos deliciosos chocolates (delicioso Chocolá), cafés, e em todos os pormenores, que no meio de imensa humildade daquele povo e no sentido educado e respeitador de trato ao próximo os demarca… 

Podem, aliás, ter tido um passado de conflitos, de alguma desigualdade social, mas evidente é a sua forma de, após qualquer tristeza, o riso e alegria serem os sentimentos que sempre florescem… escreveu Otto René Castillo, “Ay! Guatemala, cuando digo tu nombre retorno a la vida. Me levanto del llanto a buscar tu sonrisa.”…. 

E de sorriso na cara, ainda de manhã onde o Sol é Rei, nos dirigimos aos nossos aposentos para poder finalmente tratar de usufruir de um belo duche e preparar-se para o casamento, vejamos só, de um português com uma guatemalteca… os noivos Pedro e Glória casavam-se nesse bonito dia de 29 de julho, onde tive o privilégio de participar, não na missa, pois desde a capital até ao resort demoramos mais de 6 horas devido à tempestade que assolou tal trajeto, mas nada que não fosse de considerar em países tropicais, onde o sol reina pela manhã e pela tarde lá vem os ventos e chuvas … 

E apenas conseguimos usufruir, mas igualmente bela, da festa que naturalmente envolvia todo o tipo de músicas latinas, desde a salsa ao merengue, passando por uma possível valsa, e até para finalizar teve o célebre “Juramento eterno de sal” de Álvaro Luna, onde salientava aos noivos, e não só aos noivos, mas também a outra pessoa especial, que “Quiero verte soñar bajo las estrellas/ Quiero ser de tus labios centinela/ Y volverán las ganas de bailar/ Aquellas noches locas recorriendo Portugal…”

Os casamentos são sempre um momento singular e sagrado, e não faltando para finalizar um bom manjar, digamos, dos deuses, nada como tomar no final um rum guatemalteco, que leva realmente, pelo seu sabor de elevada categoria, mas também pelo teor alcoólico, aos céus. E tal marca de referência, o Ron Zacapa tornou-se mítico realmente com poucos produtos que o compõem, nomeadamente o caldo de cana concentrado, com uma levedura extraída de abacaxi, onde a sua produção é então envelhecida em adegas localizadas a uma altitude de 2300m (só um aparte, o nosso Licor Beirão também por lá andou …). 

O evento situou-se num resort de extrema qualidade, situado em Retalhuleu, Guatemala, denominado Los Hostales Del IRTRA. E se pela noite melhor estadia não seria exigível, pela manhã de domingo “desayunamos” com os agora, marido e mulher, e os restantes convidados, um pequeno-almoço típico e realmente fortificante energético para começar o dia, onde consta a banana cozida ou frita, ovos mexidos com várias especiarias, “frijoles”, guacamole, tortilla – ai a tortilla, esta feita de milho tem um valor simbólico naquela cultura, ou seja, a esposa que casasse e não soubesse fazer tal base da alimentação daquele povo, poderia ver o seu casamento colocado em causa pela sua ausência dos seus “deveres” matrimoniais), torta francesa, pitaia, muita fruta e a famosa bebida rosada “Jamaica”.

Se o café também constava na ementa? Claro que sim, e de sabor inolvidável… principalmente o de Cobán Alta Verapaz... mas quanto à Michelada Malcriada, não me levem a mal, mas diz o poeta que, “primeiro estranha-se e depois entranha-se”, e neste caso penso que levarei alguns anos até entranhar tal sabor 😊 … a bebida para os nativos é deliciosa, típica da região de Quezalteca, onde consta entre outras coisas, “jugo de limón, una pizca de sal, un toque de salsa inglesa, jugo de tomate al gusto opcional, hielo picado, una cerveza favorita (Gallo a principal e mais vendida naquela país, ou até a minha favorita Cabro), y un octavo de Quezalteca Tamarindo).

Após tal confraternização nada como visitar os grandes parques que compõe aquele excelente resort, e porque somos eternas crianças, existe em nós até morrer um sentimento de descoberta e a necessidade de dar asas à imaginação, nem que seja para reescrever constantemente a nossa história, sonhar aventuras, lá nos deslocamos ao Gran Parque de Diversiones (Xetulul/ Irtra Xejuyup) onde voltamos a encontrar a magia e diversão para toda a família, com várias piscinas com bares incluídos e o famoso “chapoteo”, assim como uma visita aos imensos eventos relacionados com os animais, nomeadamente aos momentos onde a influência da cultura espanhola na música e nos cavalos foi sentida por uma grande parte significativa daquele povo. 

A partida no dia seguinte foi intencionalmente direcionada para outro grande marco turístico e histórico, pela importância e nobreza que tal espaço demonstra, ou seja, fomos em direção a Panajachel, onde ficamos hospedados no magnífico “Hotel y Centro de Convenciones Jardines del Lago”, com vista imensa sobre o Lago de Atitlán, lago esse envolvido por várias aldeias que fazem referência ao nome dos apóstolos (por exemplo, Santiago Atitln, San Lucas Tolimn, San Pedro La Laguna,…), e cuja chegada a cada um deles se leva a cabo por lanchas – mas não corram no risco de desfrutar da viagens e tomar Quetzalteca Naranjada con pepita! Depois dizem que a viagem os fez corar a cara, quando na verdade aquilo não é só sumo de laranja 😉 

Também aí se encontra vulcões, não fosse Guatemala a terra dos 288 vulcões ou formações vulcânicas ... sendo que nesse lago o mesmo é ladeado por três vulcões: Atitln, Tolimn e San Pedro, conhecidos como os Três Gigantes. 

Mas este lago tem algo de místico, cujo próprio explorador e naturalista alemão Alexander von Humboldt chamou de o lago mais bonito do mundo. O lago, conhecido por sua água que varia do azul profundo ao verde, tem cerca de 1.115 pés de profundidade, tornando-o o lago mais profundo da América Central.

As aldeias oferecem diferentes ambientes aos turistas, desde os pacíficos lugares populares entre os turistas de Santa Cruz la Laguna e San Pedro até a atmosfera festiva de Panajachel, o local mais popular de Solol, onde as embarcações são fundamentais, e os Tuk Tuk indispensáveis. E por falar de Panajachel, a cidade do Sapoti Branco, esta como se depreende está localizada à beira do lago no planalto central sudoeste do país, onde se observa uma enorme cascata, e o seu nome tem origem da palavra indígena de uma fruta tropical. 

Esta antiga cidade colonial espanhola, com o seu movimentado mercado, é conhecida por ser o melhor lugar na Guatemala para comprar lembranças, assim como para compreender os povos nativos, até mesmo nos seus momentos de despedida de um ente querido, onde praticamente toda a aldeia acompanha até à sua última morada, com música fúnebre adequada ao momento ... 

O principal foi explorado, faltando muito mais, mas a viagem continuava, e no dia seguinte teríamos que ir à tão desejada Antígua Guatemala, considerada a cidade mais turísticas daquele país e parada obrigatória para quem visita o país. 

Em termos históricos esta cidade foi fundada no dia 10 de março de 1543 e com um nome que mais parecia uma frase: Muito Nobre e Muito Leal Cidade de Santiago dos Cavaleiros da Guatemala. Depois de um tempo, percebeu-se que era um nome muito grande e reduziram para Santiago dos Cavaleiros da Guatemala.

Aliás, ela não era apenas a terceira capital da Guatemala, mas sim a capital de um enorme império que se estendia por toda a atualmente designada América Central e o estado mexicano de Chiapas, sendo considerada umas das cidades coloniais mais bonitas do mundo. Conhecida igualmente pela sua arquitetura barroca espanhola bem preservada, foi frequentemente atingida por terramotos, no entanto ainda se mantém muito das ruínas de casas e catedrais espanholas, incluindo a igreja de San Francisco. 

Desde sua fundação até o ano de 1776, a cidade era a capital da colónia espanhola Capitania Geral da Guatemala, e após essa data foi transferida para a Cidade da Guatemala, que é até hoje a capital do país. Curiosidade: Foi precisamente nesse momento que a cidade passou a ser chamada de Antigua Ciudad (Antiga Cidade). 

Apesar da arquitetura interessante, existe um elemento que pode chamar mais atenção do que os prédios históricos da cidade! Há um grande vulcão, que pode ser visto de qualquer local da cidade. Mesmo o Vulcão Água estando inativo, ele ajuda a emoldurar a paisagem da cidade. De igual modo, o ponto turístico mais conhecido será eternamente o Arco de Santa Catarina, com o seu amarelo que o demarca e por detrás como fundo de paisagem o belíssimo vulcão.

Para além disso, não olvidar visitar a Praça Central, o Palacio del Ayuntamiento, o Palácio dos Capitães Gerais e Catedral de Santiago, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês (aliás a única que não desmoronou devido a terremotos), e para quem é convicto católico apostólico romano, aí sim se vive as famosas procissões da Semana Santa, em que as ruas são enfeitadas com tapetes de serragens. 

Aliás falando de religião, é na Igreja e Convento de São Francisco onde foi enterrado Hermano Pedro de San José, um monge franciscano que fundou um hospital para pobres na cidade e se tornou o primeiro santo da Guatemala.

Dizia tal personagem, “Un alma tienes no más, y si la pierdes, ¿Qué harás?
En esta vida prestada, Donde el bien vivir es la clave, El que se salva: ¡ese sabe!, Que, si no, no sabe nada.
De hablares nunca llevar me dejé, Pues más vale un ¡toma! Que dos ¡te dejé!”

E como o apetite crescia, subimos a Santo Domingo del Cerro, e foi no excelente restaurante El Tenedor del Cerro que saboreamos boa carne e um Cava francês, onde mais uma vez por saberem a nacionalidade do visitante, não faltou a bandeira das cinco quinas. Este restaurante tem igualmente um Mirador que possibilita uma vista única e pinturas e museus envolventes, assim como parques que fazem referência às grandes personalidades daquele país. 
De entre muitos, recordo-me de ver um museu dedicado a Efraín Recinos, professor de matemáticas, mas o seu legado máximo o alcançou pelo seu protagonismo na prática e ensino da arquitetura urbana, sendo um dos precursores desta no seu país e qualificado com um homem renascentista. 

Não sei se pelo seu sentimento de humor, ou se seria essa mesma a sua visão, aqui teria que o contrariar quando referia que “para mí lo mejor de los viajes es el regreso. Qué lindo es regresar al lugar de donde uno es y están sus familiares y amigos”. Aqui discordo, pois, também nós vamos construindo laços familiares por onde passamos, mas também é atendível aquela das suas últimas frases pois ele pretendia demonstrar o sentimento forte de ser guatemalteco. 

E, para finalizar o dia, lá fomos tomar um bom cappuccino, mas também para matar as tais saudades, um belo Vinho do Porto no Convento de São Domingos, onde atualmente as ruínas daquela grande construção do século XVI que foi destruída por um terremoto, o de 1773, foram atualmente transformadas no Hotel Spa Casa Santo Domingo, um dos melhores e mais tradicionais da cidade.

Por fim, lá chegou o último e grande dia, e para conhecer melhor o Mundo Maia, teríamos que ir a Flores – Tikal. Logo à partida recorda-me a frase de Ana Martinez Sobral, onde descrevia que “Los mayas consideraban a Kukulcán, deidad que se menciona en el Popol Vuh, como fundador de su civilización, que llegó a Yucatán a finales del siglo XI manipulando los ventos que llevaron su nave hasta las costas mexicanas donde regiría por sempre el milenário Pueblo”…

Só com esta descrição levou-me logo a pensar na complexidade daquela civilização que, em muitos pontos era até mesmo superior à civilização europeia em diversos aspetos – a título de exemplo, o cenário político maia do período clássico foi comparado ao da Itália renascentista ou da Grécia Clássica, com várias cidades-Estado envolvidas numa complexa rede de alianças e inimizades –, ostentando aqueles um calendário avançado – mais preciso que o gregoriano, pois na realidade a duração do ano é de 365.2420 dias ao invés de 365.2422 dias 😉 –, observatórios astronómicos e possuíam capacidades de construção notáveis – foi durante o Período Clássico que este povo construiu a maior parte das suas cidades. 

Das construções visitadas destacamos a Plaza Mayor, centro político do suprarreferido período e o coração da cidade maia, onde se localizam as acrópoles e os Templos I e II, e o também chamado Mundo Perdido, onde se formava um campo de 38 estruturas dedicadas aos estudos de astronomia. 

Poderíamos igualmente nomear inúmeras curiosidades daquela cultura, mas o facto de saber que foram os primeiros a inventar a goma de mascar – proveniente da goma tzicli, de onde derivou a palavra “chicle” – nome comercial do produto “chiclete”, me surpreendeu, assim como, que já tinham uma escrita própria, sabiam ler e escrever e produziam livros, fazendo sauna para “purificar” o corpo e a alma, e claro está, os sacríficos humanos eram realizados, e caso surgisse a necessidade, os xamãs serviriam de primeiros intermediários entre os humanos e o sobrenatural.  

Aqui muito se poderia escrever, mas as pequenas sensações são as fundamentais, mesmo que algumas tenha sido feitas com sacrifícios, por exemplo subir ao Templo IV, considerado o mais grande e mais visitado, mas a paisagem é impressionante da selva ali existente. Os jaguares também andam por perto e, apesar do ser humano não os recear muito, os pequenos primatas ao longe comunicam o tal perigo de vida sempre presente a cada centímetro daquele recanto natural…

Flores é um pequeno refúgio do Lago Petén Itzá e está ligada à terra por uma calçada, sendo esta mesma ilha, o último estado maia independente que resistiu aos conquistadores espanhóis, e onde se observa repletas construções coloniais com telhados vermelhos, ruas estreitas, uma igreja histórica e muito locais onde também eu comprei algumas recordações… 

E em jeito de despedida, tomou-se um outro cappuccino no Embarcadero, desfrutando da beleza do tal lado Petén Itza, e procurou-se dar uns toques musicais de Marimba (sons únicos, basta escutar “El valle de la Esmeralda”), cujo instrumento é também uma referência naquele país. Mas, outra curiosidade se levantou, a sua origem é angolana, e foi o intercâmbio intercultural que levou tal instrumento para as Américas. Quem sabe novamente se foram os portugueses a ser também parte ativa nisto que é o mundo, a humanidade, a troca de conhecimentos, sentidos e emoções… 

Ficam sempre as saudades, mas como dizia J. M. Barrie, “nunca digo adiós, porque adiós significa irse e irse significa olvidar” 😊 .

Como costumo dizer, um abraço a todos, grato pela oportunidade e até um dia!

Pedro Nogueira Simões / Guatemala

Segredos escondidos do vinagre

O vinagre é fabuloso e pode ser usado em muitas situações. 

Na gastronomia, serve para temperar diversos pratos e saladas...

Na saúde, ajuda a perder peso, combate as gorduras, reduz o açúcar no sangue e é um excelente antibacteriano.

Nas bricolages e manutenções, pode ser colocado na máquina de lavar louça, principalmente quando houver muita gordura nos pratos, talheres... na de lavar roupa é até nas canalizações.

E está que poucos sabem: dissolva palha de aço num frasco com vinagre. Deixe passar uns dias e use para embelezar as madeiras. Dá-lhes um aspeto de madeira velha.

Chef Mário et bricolages

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Ovos mexidos com espargos verdes

  • 1 ramo de espargos verdes
  • 3 dentes de alho 
  • Manteiga a gosto
  • Sal
  • Azeite 
  • Bacon 
Retire os caules, corte os espargos e coza com sal, azeite e pimenta. De seguida, bata os três ovos e adicione os espargos. Numa frigideira, coloque a manteiga, os alhos e as tiras de bacon, temperados com sal e pimenta. Finalmente, adicione o preparado e mexe bem.

By Chef Mário 

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Chá de Camomila

O chá de camomila é um bom anti-inflamatório e antiespasmódico. Ajuda a controlar a produção de ácidos no estômago, a combater náuseas, a má digestão e os gases.

O chá contém apigenin e possui propriedades relaxantes, diminuii o stress, a ansiedade, e melhorar a qualidade do sono.

By Chef Mário 

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Ovos mexidos com legumes, ervas aromáticas e salsicha


Ovos mexidos com legumes, ervas aromáticas e salsicha é um prato que deve ser consumido todo o ano. Só traz vantagens e no verão é uma refeição que refresca.

Ingredientes:
3 ovos caseiros
Salsichas a gosto
Manjericão
Órgãos
Pimenta
Sal de ervas

Confeção:
Bater bem as gemas e as claras. Depois, é só acrescentar os ingredientes. Acompanhe com salada de alface e tomate.

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Sardinhas de Peniche em conserva caseira


Ingredientes:

1 kg de sardinhas

3 dentes de alho

1 cebola grande

Azeite

Vinagre de cidra

Sal grosso

Coentros

Pimenta 3 bagas

Preparação:

Limpe as sardinhas frescas, corte as cabeças e os rabos, escame, abra-as ao meio pela barriga e salgue-as qb com sal grosso. Deixe repousar pelo menos uma hora.

Pique os alhos e as cebolas, tempere com sal grosso (pouco) e coloque num tacho (barro).

Deixe refugar e acrescente as sardinhas. No final, adicione coentros picados, pimenta de 3 bagas (branca, preta e vermelha) e regue com um bom azeite E vinagre de cidra.

Acondicione e conserve no frigorífico. Poderá ficar fora do frigorífico. Os temperos são a conserva.

Nota: Tal como demonstra a imagem, poderá fazer, de igual forma, outras conservas.

terça-feira, 25 de julho de 2023

Viver no campo e poder ter o pão à porta de casa é fachinante


Nos Foros de Salvaterra, a D. Sónia está de serviço durante toda a madrugada. Distribuiu pão a mais de 200 clientes.

No giro, a Sónia, funcionária da Panificadora dos Foros de Salvaterra, tem também no seu horário de trabalho um ida a Salvaterra de Magos, Biscainho, Muge, Granho e Marinhais.

O contacto para as encomendas é feito na véspera ou na hora da distribuição. Por exemplo, na Estrada dos Amocreves, a Sónia tem alguns clientes e passa por volta das 4h30.

Pode-se pagar ao dia, à semana ou ao mês. Basta deixar um saquinho para o pão algures junto à porta...

É uma verdadeira Padeira de Alzubarrota em terras ribatejanas.

Chef Mário 

segunda-feira, 24 de julho de 2023

29 de julho: Fundação José Saramago organiza Passeio no Tejo

Recordando passeios de outras épocas em que não era permitido falar em liberdade, no dia 29 de julho a FJS organiza um passeio no Tejo, a bordo de um Varino.

Durante o percurso haverá uma conversa com Edgar Feldman e Paulo Guerra, realizador e produtor da série «Estórias do Tempo da Outra Senhora», de que faz parte um episódio sobre os Passeios no Tejo.

Inscrições através do e-mail apoio@josesaramago.org
Custo: 7 euros
Horário: 10h
Local de partida: Marina de Vila Franca de Xira

Foto DR: José Valentim Peixe

domingo, 16 de julho de 2023

PREGO NO PÃO: por que raio chamam a um pão com carne de PREGO?

— Por que raio chamam a um pão com carne de PREGO?

Um pouco de cultura popular para nos explicar isso.

O PREGO NO PÃO

Quem diria que o prego, ou bife no pão, surge em Portugal na Praia das Maçãs?

"A verdadeira história está relacionada com o nome Manuel Dias Prego, um dos primeiros habitantes da Praia das Maçãs no final do século XIX, local onde era proprietário de uma taberna. A Taberna do Prego. Ora nessa taberna Manuel Prego servia fatias de vitela fritas ou assadas em pão saboroso e acompanhadas de vinho da região.

Rapidamente a carne em pão se tornou um sucesso na Praia das Maçãs e arredores. Diz-se que terá sido nesse local que José Malhoa pintou o seu famoso quadro “Praia das Maçãs”. Quem sabe se saboreando tal iguaria enquanto pintava!

Com o passar dos anos, o nome da sandes passou a ser vulgarmente conhecida como Prego, em honra do seu criador, sendo que no início do século XX já havia sido copiada a receita para outros locais, começando o Prego a fazer parte das ementas das tabernas de todo país e não só de Sintra".

By Rui Ramalho

Partilhado por: «O SALOIO» – Mafra | 15/07/2023.

sábado, 15 de julho de 2023

Sal de Ervas da Lebre




Ingredientes
:

2 kg de sal grosso;
Alecrim;
Louro;
Manjericão;
Cascas de limão;
Talos de coentro / salsa;
Pimenta.

Confeção:

Coloque num tabuleiro de inox todos os ingredientes e deixe que o sal cumpra a sua missão, isto é, que absorva toda a mistura.

Mexa pelo menos uma vez por dia o sal, durante uma semana. Filtre com um crivo para reter algumas ervas. 

Este tipo de tempero pode ser mais abrangente, mas eu uso o Sal de Ervas da Lebre para os grelhados de peixe e carne.

Vantagens:

A hipertensão e a retenção de líquidos agradecem o sal de ervas, além de dar um sabor especial aos pratos, é um aliado da saúde de momento em que não se exagere na quantidade.

sexta-feira, 7 de julho de 2023

Chá de Erva-príncipe e limão


 Ingredientes:

Erva-príncipe 

Canela q.b.

Limão

Açúcar a gosto

1,5 I de água 


Confeção:

Os Chás da Toca destacam outras das bebidas consumidas na Toca da Lebre: o chá de Erva-príncipe e 🍋. 

Coloque a erva-príncipe, a casca de um limão e a água num a ferver num bole. Pode adicionar um pouco de canela para “alegrar” o sabor.

Vantagens:

São diversas as vantagens desta mistura natural, produzida na Estrada dos Almocreves, em Foros de Salvaterra. 

Enquanto o limão é fonte de Vitamina C, a Erva-príncipe é calmante, antidepressiva, e analgésica. 

quinta-feira, 6 de julho de 2023

1925: Fábrica de Cervejas Portugália

 


Fundada pelo empresário Barral Filipe e resultante da fusão entre a Fábrica de Cerveja Leão e a Companhia Portuguesa de Cerveja, a Fábrica de Cerveja Germânia - que funcionou, originariamente, na Rua de Arroios -, conheceu o seu primeiro impulso às mãos de uma empresa da qual eram sócios Manuel Henrique de Carvalho, Marques de Freitas, Luiz Serrano, Gonzaga Ribeiro, João Paes de Vasconcelos e o mestre cervejeiro Richard Eisen, este último seu diretor técnico desde o tempo da fábrica em Arroios 1 2.

Esta sociedade viria a adquirir o que é hoje, maioritariamente, um imenso baldio na Avenida Almirante Reis – outrora Avenida Rainha Dona Amélia -, confinando, também com as ruas António Pedro e Pascoal de Melo, em pleno centro de Lisboa, mas onde, em tempos, se ergueu, grandioso e rico, um conjunto de edifícios traçado por António Rodrigues da Silva Júnior e construído, entre 1912 e 1913, por Fernand Touzet, que fora o engenheiro das obras da moagem de Alcântara 1.

As já escassas ruínas evocam parte do que foi, em tempos idos, um importante complexo industrial implantado em mais de 15.000m², dotado de fábrica e caldeiras, silos de armazenagem – com capacidade para uma “quantidade avultada de cerveja, no valor de uma porção de milhares de escudos” -, adegas, áreas de fermentação, de filtragem, de engarrafamento, de esterilização, sem esquecer os escritórios, o posto de venda, a cavalariça com lugar para 80 cavalos, as oficinas de carpintaria, de serralharia, de pintura de carros, e o “abrigo de carroças e retretes do pessoal”, além do serviço de fiscalização do governo, “instalado num edifício próprio, com escritório, dormitório e outras dependências”1.

Na fachada principal – ainda existente -, sobre o logótipo em azulejo, uma escultura de Simões de Almeida 1.

Para evitar a associação da marca ao conflito que deflagrou em 1914, viria a Fábrica de Cerveja Germânia a dar lugar, em 1916, à Portugália, Lda, a qual viria a ser, a partir de 1921, a Companhia Produtora de Malte e Cerveja Portugália, S.A. 2.

Por o seu diretor técnico ser de nacionalidade alemã, a empresa viu os seus bens arrolados em 1916, mas obteve autorização para continuar a laborar, apesar de parte dos bens daquele terem chegado a ser vendidos em hasta pública 3.

Décadas depois, a fábrica viria a encerrar, tendo os seus edifícios sido demolidos ou deixados ruir.

No piso térreo de um edifício de escritórios integrado no quarteirão, funciona, teoricamente, o assim chamado Centro Comercial Portugália.

No entanto, apenas três lojas ainda lá funcionam, num espaço silencioso, soturno, onde algumas montras mostram o habitual “ARRENDA – VENDE – BOM PREÇO”, e um número de telefone.

Parece existir um litígio pendente entre os proprietários de algumas lojas e os proprietários do terreno, mas não se consegue apurar, ao certo, quais as partes envolvidas, embora, em conversa, tenham falado de uma instituição financeira pública portuguesa, de uma importante empresária de um país africano e de uma conhecida cadeia de restauração.

By Lisboa Antiga

Foto AML: 1925

Texto do Jornal O Público

terça-feira, 4 de julho de 2023

Chá de limão, canela e menta

Ingredientes:

Cascas de três limões;

1 litro de água;

Canela a gosto;

Açúcar qb.

Preparação:

O chá de limão, canela e menta é um excelente aliado para a saúde. Fonte de vitamina C, anti-inflamatório, digestivo...

O processo de confeção é semelhante a muitos outros. Deve começar por retirar a casca aos limões e as folhas da menta. Adicione o açúcar e a água. Coloque tudo no bole e deixe ferver. 

No verão, bebo com bastante gelo. Este é made in Almocreves. Limão e menta foreiros, in Foros de Salvaterra. 

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Terra. Uma História do Esporão


Envelhecido em barricas de madeira, chega agora à mesa de cabeceira este livro onde se conta uma história ficcionada, colhida das melhores castas portuguesas, para celebrar os primeiros cinquenta anos da Herdade do Esporão. Uma obra encorpada, feita de fracassos e façanhas. Deve ser lida sem moderação, D.O.P. Uma criação do infame enólogo João Pedro Vala.

Pausa para apreciar a cor e o sabor do vinho

Terra. Uma História do Esporão é uma edição comemorativa dos cinquenta anos da Herdade do Esporão. 

São cinquenta narrativas sobre as pequenas e grandes histórias que marcaram a História da empresa de vinicultura. Juntamente com uma rica iconografia, que contém todo o tipo de documentação, podem ou não corresponder à realidade, mas inspiram-se nela.

«A verdade entedia-me tremendamente», escreve João Pedro Vala. «Todas estas histórias são ficcionais. […] Alguns nomes mantiveram-se, outros não, algumas pessoas vivem neste livro coisas que aconteceram a outras e há até uma história aí para o meio que não tem ponta de verdade (ou talvez também isto seja um artifício do escritor para se proteger de eventuais acusações).»

Pausa para saborear lentamente o vinho.

Terra. Uma História do Esporão está disponível a partir de amanhã.

terça-feira, 27 de junho de 2023

EL OBRERO: Pesca e história da sardinha em Portugal e Espanha


PUBLICADO HOJE NO JORNAL ESPANOL EL OBRERO:
  • Escrito por Pedro Nogueira Simões y Mário Gonçalves
  • Publicado en EL OBRERO 
(Tiempo de lectura: 2 - 3 minutos)

En esta época del año, cuando las sardinas están gordas y muy buenas para el consumo, vuelven las noticias sobre las cuotas de pesca y el control por la conservación de la especie.

Esta semana, en Portugal, el Ministerio del Mar vino a garantizar que este asunto no es una decisión de la Comisión Europea, sino “un tema entre Portugal y España”, dijo la ministra del Mar Ana Paula Vitorino, al referirse a la sobrepesca de sardinas.

Esta ministra aseguró que este asunto debe ser tratado entre Portugal y España y que la paralización por un período de 15 años, propuesta por la evaluación de organismos científicos, se basa en estudios antiguos.

Portugal y España son dos de los países del mundo con mayor trayectoria en la pesca de la sardina.

Durante muchos siglos, las sardinas han sido parte de la vida cotidiana portuguesa y están presentes “à nossa mesa”. Además de ser una fuente importante de proteínas y nutrientes, se puede cocinar de diferentes formas e incluso formar parte de la industria conservera.

En la Edad Media, se cocinaba en cazuelas con cebollas, tomates y especias. En el siglo XVIII se popularizó la técnica de la salazón para conservar las sardinas, lo que permitió su exportación a otros países.

Desde el siglo XIX, las sardinas se suelen asar a la parrilla, tradicionalmente durante los meses de verano.

Hay quien le gusta hacer quiches, sopa de sardinas, potaje, “escabeche”...

En Portugal, lo único que falta son sardinas que caen del cielo. Todo sucede alrededor de esta especie: todo sucede alrededor del tostador; no nos importan los tenedores, se quitan a mano, muchas veces, todavía en las brasas de carbón. Ve a chuparte los dedos. Otras veces es en medio de la calle, en fiestas, en otros lugares. E incluso en santos populares. ¿Especias? ¡Solo sal gruesa! El olor no disimula. Llega a todas partes e incluso en la ropa. El olor, este, no tiene paralelo y tampoco está disimulado.

Acompañamos las sardinas con patatas cocidas, pimientos asados ​​y… tomates y… La forma de comerlas es sencilla y solo nosotros lo hacemos. Incluso los comemos encima de una rebanada de pan. Un buen aceite de oliva es fundamental.

¿Por qué en Portugal también les gusta comer sardinas en pan?

Se cree que todo empezó en un restaurante de Ribeira de Lisboa, que servía sardinas encima de una rebanada de pan.

Recién a partir de la Edad Media se empezó a utilizar una pequeña tabla de madera –“o talhador” – donde se ponían los alimentos, hasta que sobre los trozos de pan se comía el pescado y la carne.

Más tarde, cuando el uso de platos se hizo común, la gente continuó comiendo sobre rebanadas o trozos de pan.

Artigo EL OBRERO