1 frango do campo
1 limão
10 dentes de alho
Manteiga
Sal
Pimenta preta
Preparação:
Deve começar por picar os dentes de alho. Depois de cortar o frango do campo em oito partes, tempere-o na véspera com sumo de um limão, cinco dentes de alho picados, o sal e a pimenta preta.
Lembre-se que deve começar a grelhar o frango na posição mais alta do barbecue. Caso contrário, ele grelhará por fora, mas ficará em sangue no seu interior, principalmente junto aos ossos.
Vá pincelando o frango com molho de manteiga derretida e os restantes dentes de alho picados. O objetivo é que ele não seque muito e que seja melhorado o seu sabor. Nesse molho, poderá ainda colocar coentros muito bem picados. Tudo depende dos gostos. Acompanhe com batatas fritas ou arroz de legumes e salada de alface.
História:
Ilustre Casa de Ramires
Além do "frango com ervilhas" e do “frango doente”, na "Ilustre Casa de Ramires", livro publicado em 1900, ano da morte do escritor, Eça de Queirós põe em evidência o "franguinho assado" por duas vezes nesta sua obra. As referências a este pitéu que, pelos vistos, também aguçavam o apetite do romancista surgem no início deste romance, marcado, uma vez mais, pela crítica quase corrosiva à sociedade e a algumas classes sociais. Recorde-se que Eça faz com A Ilustre Casa de Ramires a sua adesão ao Naturalismo.
Vai agora um "franguinho assado" pelo Eça de Queirós?
“(...) — Homem, eu ando com o estômago arrasado... E desde ontem à noite uma dor nos rins, ou no fígado, ou no baço, não sei bem, numa dessas entranhas!... Até hoje, para o jantar, só caldo de galinha e galinha cozida... Enfim, vá! Mas, à cautela, recomenda ao Gago que me prepare para mim um franguinho assado... Onde nos encontramos? Na Assembleia? (…)”
“(…) — Hoje não me gasto pela Assembléia. Tenho senhora. Das dez para as dez e meia, no Chafariz... Vai também o Videirinha com a viola. Viva!... Das dez para as dez e meia! Entendido... E franguinho assado para S. Exa., que se queixa do rim! (…)”
Crime do Padre Amaro
"O Crime do Padre Amaro", publicado em 1875, marcou o início do Realismo português e, pelos vistos, não deixou escapar o célebre frango. A palavra surge em três circunstâncias. Eça faz referência à “asita de frango” e ao “peito de frango”. Mais para o final da obra, o autor não se esqueceu do "frango assado" servido ao doutor Gouveia, o médico da cidade:
“(…) A essa hora, na sala de jantar da Ricoça, o doutor Gouveia ceava tranquilamente o frango assado que lhe preparara a Gertrudes, para depois das canseiras do dia. O abade Ferrão, sentado junto da mesa, assistia-lhe à ceia; viera munido dos sacramentos para o caso de haver perigo.(…)”